"Vencer uma eleição de um governo bem avaliadonão é para quem quer, é para quem pode".
Alberto Carlos Almeida,A Cabeça do Eleitor.
Em 2004, na pré-campanha de Fumach (MDB), ele tinha
dois concorrentes: Marina Bredariol Almeida (PPS) e o ex-prefeito Adilson
Franco Penteado (PTB). Numa versão não oficial dos acontecimentos políticos da
época, há uma intrigante narrativa que sugere uma articulação entre o MDB local
e o PSDB estadual, para impulsionar a candidatura do então vereador João
Gualberto Fattori (PSDB). Com a confirmação da candidatura de Fattori, a
oposição se dividiu com três fortes candidatos. Fumach alcançou a sua reeleição,
vencendo Marina Bredariol por uma diferença de 1,77% dos votos válidos. Uma vitória da estratégia política.
Na eleição de 2020, Douglas Augusto P. Oliveira (DEM)
buscava a sua reeleição, enfrentando Thomás Capeletto (PSDB) e o Dr. José
Antonio Parisotto (PSD). Acreditava-se que essa divisão da oposição poderia
beneficiar o então prefeito. No entanto, o resultado não foi o esperado, e
Douglas acabou perdendo a eleição por uma margem de 1,1% dos votos válidos. Douglas
subestimou a força da oposição, não somou apoios e subtraiu ao romper com
algumas tradições locais. Thomás soube somar os apoios dessas rupturas.
Para a eleição de 2024, a polarização entre Thomás e
Douglas é uma tendência clara e esperada. O atual prefeito, caso não enfrente
nenhuma crise que afete a sua administração, provavelmente se apresentará com
altos índices de aprovação. Douglas vem com forte oposição e com críticas aos
pontos fracos da atual administração, ao abandono de algumas de suas obras, e
propor soluções para as agendas recorrentes em todos os pleitos eleitorais como
saúde, educação, emprego, segurança e transporte público.
Existem boas possibilidades e oportunidades para uma
terceira via em 2024, seja para posicionar-se visando às eleições de 2028, ou
para entrar firme na disputa. O desafio é grande! Há muitos votos a serem
conquistados com os eleitores que optam por alienar o seu voto, representados por
aqueles que se abstém ou votam nulo e branco. Esse fenômeno da alienação demonstra
uma crescente descrença ou desinteresse nas eleições municipais. Na última que
elegeu Thomás, 27.520 eleitores, ou, 33,46% deles não votaram em nenhum dos candidatos.
Se esses números se mantiverem, a alienação em 2024 poderá ultrapassar os 35%, correspondendo
a mais de 30.000 votos. O suficiente para eleger um prefeito!
Nesse contexto, o maior desafio será motivar os eleitores
a comparecerem às urnas. Um exemplo dessa estratégia foi observado na última
eleição presidencial, quando os partidos PT e PL investiram na mobilização
digital. E tiveram êxito, tanto que no primeiro turno em Itatiba, a alienação ficou
em 28%. A mobilização de rua ainda é
importante e necessária, por demonstrar força e possibilitar o contato pessoal do
candidato com o eleitor. No entanto, a mobilização digital permite alcançar de
forma rápida e eficaz diferentes públicos. Por meio das redes sociais, é
possível segmentar a comunicação de forma mais ampla, com postagens
personalizadas e com narrativas diferenciadas para seus diversos públicos.
Temas importantes para um jovem de 21 anos, não interessam à sua avó, de 65
anos.
Algumas dicas para quem deseja enfrentar a polarização
Thomás-Douglas e ser o candidato da terceira via: saia do ostracismo político e
comece a sua pré-campanha já; posicione-se na internet e na imprensa local sobre
temas relevantes e atuais do município; tenha estratégias para sensibilizar, motivar
e mobilizar o eleitor. Você só não pode pedir voto!
E não se esqueça:
profissionalismo, planejamento e estratégias são imperativos para vencer. Não
são opções.
Artigo publicado no Jornal de Itatiba em 17 de junho de 2023.
Bom dia Fábio. Ótima reflexão. Só lembrando que em 2004, defendi a coligação do PT com Marina Bredariol, com os votos do PT que acabaram nulos, possivelmente Marina seria eleita
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