domingo, 17 de outubro de 2010

Eleição 2012 – Já estamos em plena campanha

A eleição de deputados federais e estaduais apoiados por líderes itatibenses, em 3 de outubro, traçou um claro o cenário para a campanha municipal de 2012, quando o eleitor escolherá o seu prefeito e os seus vereadores. Os resultados das urnas fortaleceram o prefeito João Fattori e apontaram seus três prováveis concorrentes na campanha de reeleição para o período de 2013 a 2017.
O PSDB do Prefeito João Fattori foi o grande vencedor em 2010. Contribuiu para eleger o jundiaiense Luis Fernando e mais três outros deputados federais com os votos dos itatibenses: Vaz de Lima, Carlos Sampaio e José Aníbal. Os tucanos conquistaram 19,25% dos votos para a Câmara dos Deputados aqui em Itatiba, a maior parcela entre todos os partidos. Elegeram ainda para a Assembléia Legislativa do Estado Ari Fossem, de Jundiaí, e Célia Leão, de Campinas. O resultado nos faz torcer para que, com os 4.623 votos de Itatiba, a deputada Célia Leão se disponha a atuar em benefício de nossa cidade nesse seu sexto mandato na Assembléia.
O Partido Verde foi o segundo colocado na votação dos itatibenses, com 17,82%. O partido saiu fortalecido pela votação conquistada por Chico Santa Rita, 11,66% dos votos, e elegeu Roberto Santiago, de Piracaia, com o apoio de algumas lideranças locais da legenda. O PV também elegeu dois deputados estaduais, Feliciano e Rita Passos, e ganhou prestígio com a ascensão de Marina Silva na reta final da campanha presidencial.
O DEM mostrou-se dividido em três alas na campanha eleitoral: Penteado, Bando e Monte, com cada um apoiando uma candidatura diferente. Apesar da falta de consenso, o partido elegeu para a Câmara dos Deputados Guilherme Campos (Penteado) e Rodrigo Garcia (Bando) e conquistou a fatia de 12,5% dos votos. Há uma corrente na cidade que aposta em Vitório Bando como pré-candidato à Prefeitura nas eleições de 2012. Mas existe a possibilidade de Roberto Penteado, aliado de confiança do prefeito, atropelar o PV para compor com o PSDB e conquistar a vaga de vice na campanha de reeleição de João Fattori. Flávio Monte segue os preceitos do pai.
O PMDB, que historicamente pouco se mobilizava em Itatiba em uma campanha para Deputados, neste ano apoiou a candidatura da Dra. Adriana, de Valinhos para deputada estadual. A candidata não obteve uma boa votação em Itatiba nem foi eleita. Mas, o partido tem grande história e relacionamentos na cidade. Virá certamente forte e organizado em 2012.
O PPS de Húngaro e de Marina mostrou-se nas eleições deste ano sem a imensa dose de entusiasmo de 2006. Mas, mesmo assim, contribuiu para eleger os seus principais candidatos, Arnaldo Jardim (federal) e Davi Zaia (estadual) , que nunca ajudaram Itatiba, e também para federal o ex-prefeito de Indaiatuba José Onério. O partido continua estruturado e com força para 2012. A dupla Húngaro-Marina sabe fazer campanha política na cidade.
No PSB, Chinelo mais uma vez não emplacou. Mas ele vota e é presidente do diretório de Araçatuba, portanto esta fora da disputa em Itatiba. Diferente de David Bueno, com seus 34,3 % dos votos para deputado estadual, já se coloca como adversário de Fattori em 2012. Com os votos de Itatiba, ajudou a eleger seu parceiro de dobradinha, o campineiro Jonas Donizete, para a Câmara dos Deputados. David mostrou garra, entusiasmo e carisma na campanha.
A família Carbonari e o PTB se saíram muito bem das eleições. Com esse apoio, o senador Tuma conquistou 24,8% dos votos na cidade, e Campos Machado foi eleito deputado estadual. Há tempos, eles sonham com a Prefeitura de Itatiba. Estarão, com certeza, no páreo em 2012.
Na última hora, Adilson Rossi, do PSC, surgiu como opção genuinamente de Itatiba para a Assembléia Legislativa. O candidato optou por uma campanha simples, na qual seu pai, o pastor Waldemar Rossi, fez um tradicional corpo-a-corpo com os eleitores. Adilson conquistou 695 votos entre os itatibenses e tornou-se o nosso único representante da cidade na Assembléia.
Com o apoio dos líderes locais, 17 representantes da região, principalmente de Campinas e de Jundiaí, foram eleitos para a Câmara dos Deputados e a Assembléia Legislativa com votos dos itatibenses. Todos os itatibenses esperam que estas lideranças e o prefeito João Fattori se mobilizem para cobrar destinação de recursos necessários para a cidade e para atrair investimentos para Itatiba. Temos ainda muitas áreas carentes, que dependem dos governos federal e estadual.
A disputa para 2012 já está sendo planejada na Siqueira de Moraes. A Prefeitura está licitando para contratar uma agência de publicidade, no valor de R$ 2,6 milhões, para cuidar de sua comunicação. Em breve, a cidade receberá a retransmissão de uma rede de televisão, com parte da programação gerada possivelmente pela Prefeitura de Itatiba. Sem dúvidas, já estamos em plena campanha.
Para terminar, uma questão que merece ser refletida: O PPS é forte aliado do PSDB em São Paulo. Será que esta aliança vai se repetir em Itatiba?

Artigo publicado no Jornal de Itatiba-Diário em 17/10/2010 pg B6

domingo, 17 de janeiro de 2010

Eleições 2012 - Mudança ou continuidade?

Ano após ano o processo eleitoral tem exigido dos candidatos um planejamento mais refinado e a longo prazo. Parece que foi ontem que tivemos eleições aqui em Itatiba, mas em outubro de 2012 teremos um novo pleito para prefeito e vereadores na nossa cidade.
Teremos muitas novidades para as próximas eleições. As redes sociais da internet como o Twitter, Facebook, Orkut e blogs, serão ferramentas importantes no processo eleitoral, sendo que o uso de sites para veiculação de propaganda e arrecadação de doações foi liberado.
A mídia televisiva local poderá transmitir as propagandas políticas e debates dos partidos e candidatos, além de mais um novo jornal diário. Estas novas mídias vão inserir, nesse debate político, novas gerações de eleitores, não impactados pela propaganda nas eleições anteriores.
2012 promete ficar marcado na história das disputas eleitorais de Itatiba. Outra mudança significativa será no Legislativo com o aumento do número de vereadores – possivelmente de 10 para 17.
Analisando o resultado das disputas eleitorais passadas, entendemos que a história nos mostra um fator importantíssimo no planejamento de uma eleição.
Desde a primeira eleição para prefeito, em 1947, até a última, em 2008, ocorreu, em minha opinião, apenas uma mudança no perfil do prefeito. Na maioria das eleições houve uma continuidade relativa. Quando algum prefeito não era totalmente aprovado, elegia-se o anterior, ou alguém com mais experiência. Vamos recordar um pouco desses momentos:

- 1947: No ano das primeiras eleições depois da ditadura Vargas, Itatiba elegeu Erasmo Chrispim (PTN), que já tinha governado a cidade em dois períodos, entre 1935 e 1938. Venceu Domingos Pretti (UDN) e Benedito da Silveira Franco (PSP), que governou até o final de 1951.

- 1951: Os vereadores eleitos pelo PTN passaram a fazer parte do PTB que elegeu Ettore Consoline. Ele disputou a eleição contra Benedito Gonçalves Dutra (UDN-PSP) e governou até 1955. Nesse período tivemos dois acontecimentos marcantes na cidade: a desativação da Estrada de Ferro Itatibense, em agosto de 1952, e a epidemia de febre tifóide, em 1954.

- 1955: Erasmo Chrispim (PTN) volta e vence novamente uma eleição. Derrota o candidato apoiado por Ettore Consoline, o seu vice Pedro Mascagni (PTB-PSP). Também disputou esta eleição o jornalista Romildo Prado (UDN).

- 1959: Itatiba vota na experiência. Pedro Mascagni (PTB), vereador de 1947 a 1951 e vice-prefeito de 1952 a 1955, vence a eleição. Disputou com o Dr. Carlos Almeida Pitombo (PSP) que, apesar de conceituado médico radicado em Itatiba, era novato na política. Também disputou esta eleição o professor Luiz Pântano (PTB), vereador entre os anos de 1952 e 1955. Neste período, Mascagni enfrentou sérios problemas políticos. Um dos episódios mais duros e, talvez, a sua maior derrota foi a famosa Lei dos Meios. Durante a campanha eleitoral, o candidato a prefeito proclamava que “... não haverá aumento de impostos durante quatro anos, isto tanto para a cidade como para a zona rural”. Um dos seus primeiros atos, após a vitória, foi reajustar o IPTU. Houve mobilização popular e a Câmara Municipal baixou em 50% o valor do reajuste (metade – Lei dos Meios).

- 1963: Itatiba elegeu novamente Erasmo com o seu PTN, derrotando o ex- vereador Dr. Afrânio Pires da Silveira (PSP-PTB). O vice da chapa de Chrispim era José Maurício de Camargo. Neste período, houve uma prorrogação nos mandatos e o governo foi até o final de 1968. Maurício era para ser o candidato natural à sucessão, porém, um desentendimento político com o prefeito fez este apoiar na eleição seguinte o engenheiro Roberto Arantes Lanhoso, vereador pela ARENA.

- 1968: Roberto Arantes Lanhoso vence José Maurício de Camargo e Pedro Mascagni, todos da ARENA, que se subdividira em legendas. Lanhoso governou até 1972, impondo um novo ritmo na Administração Municipal, sendo beneficiado na época pelo “Milagre Econômico Brasileiro”.

- 1972: Giácomo Rela (ARENA), vice de Lanhoso, também derrota José Maurício de Camargo (ARENA). Giácomo governa até 1976 e faz também o seu sucessor.

- 1976: Roberto Lanhoso volta a disputar uma eleição. É eleito e governa até 1982, sendo que neste período também houve prorrogação dos mandatos. A ARENA sai com três candidatos: Lanhoso, Olivar José da Silva (“Vazinho”) e Roque Faccina. O MDB também com 3 candidatos: Orlando Mônaco Filho, Antonio Carbonari Neto e Belmiro Fernandes da Costa. Eleito na chapa de Roberto Lanhoso, o vice – Sebastião Mantovani – assume a Prefeitura por 60 dias.

- 1982: Nesta eleição houve – o que eu considero – a primeira mudança na política itatibense. Ocorreu também neste ano uma grande mudança no cenário político nacional com a vitória do MDB em 9 Estados. Foi a eleição que tivemos o maior número de candidatos: 9 ao todo. O PMDB disputa as eleições com: José Maurício Camargo, Rubens Pântano Filho e Eduardo Fausto de Andrade. O PDS (antiga ARENA) com José Wilson Capeletto, Professor Luiz Pântano e Sebastião Mantovani. O PT com o Dr. Ariovaldo Hauck da Silva e o PTB com Roberto Leoni e José Miguel Lourenço. Maurício vence e, apesar de fazer uma ótima administração, enfrentou sérios problemas políticos que culminaram com a sua cassação. No meio do mandato conseguiu suspender a cassação e voltou a governar até o final de 1988. Foi substituído nesse período pelo seu vice, José Benedito Franco Penteado – “Tico”.

- 1988: Mesmo com problemas de saúde, Roberto Lanhoso foi eleito pela terceira vez. Disputou a eleição com José Roberto Fumach (PMDB), Rubens Pântano Filho (PT), Orlando Mônaco Filho (PSB) e Aloysio Vieira Sanfins Boava (PDT). Governou de 1989 a 1992. O vice, Manoel Roberto Massaretti, assumiu a Prefeitura nos períodos de licença médica do prefeito Lanhoso.

- 1992: Itatiba elege o ex-vereador José Roberto Fumach (PMDB) pela primeira vez. Nesta eleição, seu principal adversário foi Tutomu Sassaka (PL). Também concorreram Eunice de Lourdes M. M. de Camargo (PSD), esposa do ex-prefeito José Maurício de Camargo, e o Dr. Ariovaldo Hauck da Silva (PT).

- 1996: Fumachi faz o seu sucessor. Nas eleições de 1996, também apoiado pelo PPB e pelo PSDB, as urnas dão a vitória ao ex-vereador Adilson Franco Penteado (PMDB). Disputou contra Francisco de Assis Franco Penteado (PFL), Tutomu Sassaka (PL), Roberto Delphino Júnior (PSD) e Maria Aparecida Laurindo Jimenez (PT). Depois de eleito como “Carequinha”, recusa o apelido. Poderia ter disputado a reeleição, autorizada naquela época pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas declina dessa prerrogativa. Governou até 2000.

- 2000: José Roberto Fumach (PMDB), apoiado por uma coligação com mais 4 partidos (PSDB, PPB, PFL, PV), vence a sua única adversária nessa eleição, Marina Bredariol Almeida (PPS), coligada com PSB, PDT e PSD.

- 2004: José Roberto Fumach (PMDB) é o primeiro prefeito reeleito pelo voto popular na história de Itatiba. Vence com uma coligação de 7 partidos (PMDB, PP, PFL, PDT, PSDC, PHS e PV) aos candidatos: Marina Bredariol Almeida (PPS, PTC, PRTB, PTN, PSL, PSC), Adilson Franco Penteado (PTB) coligado ao PL e PSB, João Gualberto Fattori – PSDB e Elaine Rodrigues do PT, que teve sua candidatura impugnada.

- 2008: A eleição parecia estar definida antes mesmo da disputa. Marina Bredariol Almeida (PPS), com uma forte coligação de 13 partidos (PHS, PT, PSB, PSC, PP, PR, PRP, PTB, PDT, PRTB, PSDC, PRB), disputa contra o Dr. João Batista Chaves (PMDB) com chapa pura e com João Gualberto Fattori (PSDB), coligado com o PV, PSL e DEM. O PMN disputou com Antonio José de Souza. Marina saiu na frente e, segundo suas pesquisas, tinha 56,3% das intenções de voto. Dr. Chaves sem grandes apoios não emplacou. O eleitor não queria mudança. Elegeu João Fattori, do PSDB.

Este pequeno resumo histórico mostra algumas características do eleitor itatibense.

1 - Ele não gosta de grandes mudanças, precisa de bons motivos para mudar;
2 - Prefere um candidato experiente;
3 - Dá valor para a fidelidade partidária - elegeu três candidatos, por três vezes cada um, que sempre disputaram pelo mesmo partido: Erasmo Chrispim pelo PTN, Roberto Arantes Lanhoso pela ARENA/PDS e José Roberto Fumach pelo PMDB;
4 - Não gosta das turbulências políticas e administrativas;
5 - Avalia a administração;
6 - É bairrista e tradicionalista;
7 - Considera que o prestígio é pessoal e intransferível.

Mas, como disse no início deste artigo, teremos mudança na comunicação política, o que pode alterar algumas destas características.
Tenho uma única certeza: “A administração do PSDB itatibense é que vai dizer se a eleição de 2012 será de continuidade ou de mudança!”.