sábado, 25 de fevereiro de 2023

Não é só Carnaval

 


            A família itatibense que gosta do carnaval voltou a sorrir. A Praça da Bandeira novamente lotada, sob o olhar feliz de dona Helena Pupo, Homenageada que foi pelo bloco Demônios Acadêmicos da Benjamin e na arte de Cleverton Gomes. Cinco dias de uma imersão carnavalesca, que há tempos nossa cidade não presenciava. Foi maravilhoso!

Tivemos reis, rainhas, princesas, a centenária Banda Santa Cecília, os Demônios da Benjamin com seus 45 anos, sendo que por 43 deles abriu o nosso carnaval. O novo percurso do bloco Tradição, com a batuta da bateria nas mãos de Giba Jesus, herdeiro do querido mestre Birro. O bloco percorreu do Bar Ramalho na Pizza e Almeida, agora Ladeira do Samba, até o Clube 7 de Setembro, torrão natal da Unidos da Campos Salles e da família de Nhá Dita Maranhão. Uma festa que uniu a tradição, cultura e história.

Os Blocos se consolidaram nos grandes centros e, em Itatiba, não foi diferente.  Com a gigante Namoradeira, Sputnik e Desbocados vimos uma evolução emocionante no nosso carnaval de rua. Eles se tornaram as principais atrações das tardes do reinado de Momo. Outra grande alegria veio lá do Jardim das Nações, com o ressurgimento, como uma Fênix, da bateria da Escola de Samba Águia Dourada, de boas lembranças com os velhos companheiros de carnavais, Niltinho e Tonhão.

        As bandas Piracema, Por do Som e o grupo Pegada Nossa, compartilharam com entusiasmo a alegria dos itatibenses. O que é mais importante: tudo gente de quem! Todas formadas em sua maioria por músicos itatibenses, que conhecem a nossa cultura e gosto musical. Sucesso certo e garantido!

Outra boa notícia: os clubes estão se reinventando. Voltando, criando alternativas e mantendo as suas tradições.

Neste contexto, peço licença a Noel Rosa para plagiar um pequeno verso de "Feitio de Oração". Podemos dizer que o itatibense "Sambou e chorou de alegria. Sorriu de nostalgia".

Faltou apenas uma grande matinê para as crianças, que, com certeza, ocorrerá em 2024.

Não é só carnaval. Os festejos movimentam toda a economia da cidade. Costureiras, confecções e armarinhos, lojas de roupas e calçados, bares, restaurantes, sorveterias, cozinheiros e auxiliares, garçons, músicos, seguranças, açougues, mercados, adegas, enfim, todos os setores que fazem a nossa economia girar. E faz girar colaborativamente, onde um ajuda o outro. Aqui em Itatiba, é onde a maioria deles reinveste os seus ganhos e contratam profissionais. A roda gira...

Ganha até quem não gosta da folia!

A prefeitura acertou em apostar nos blocos e nas bandas locais. O carnaval é considerado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o natal do turismo brasileiro. Itatiba é um Município de Interesse Turístico, com potencial e uma boa estrutura para promover um grande carnaval.

Um Corredor da Alegria! Que poderia ser realizado nas quatro praças do centro: Fórum, Rosário, Bandeira e Cadeia, mais o Mercadão, a região do Pabreu Mall, a Ladeira do Samba e o 7 de Setembro.

 Parece loucura, mas...

Não é só carnaval. Com um evento bem planejado, Itatiba pode se posicionar como um destino preferido de famílias que buscam uma cidade segura, alegre e perto da capital para curtir a folia. Precisaria unir num grande projeto as secretarias de Cultura e Turismo e do Planejamento. Convocar o SEBRAE para capacitar e treinar o comércio, prestadores de serviços e ambulantes para o evento e, se possível, um gestor profissional para o turismo e seu trade.  Precisa evoluir gradualmente, acertando o que não deu certo, e num futuro próximo, teremos um carnaval diferenciado e único. As cidades de Capitólio, São Luiz do Paraitinga e Serra Negra, são as referências para se estudar.

Não é só carnaval. É turismo. Uma indústria limpa, aonde o dinheiro vem e fica.

Não é só carnaval, é desenvolvimento. É geração de emprego e renda.


Artigo Publicado no Jornal de Itatiba - edição virtual, em 25 de fevereiro de 2023

 

Fabio Eduardo Chrispim Marin

Publicitário, Consultor de Marketing e Presidente dos Demônios Ac. da Benjamin desde 1977, ou seja, desde sempre.