domingo, 28 de outubro de 2012

Vereadores, Partidos e Estratégias Eleitorais.







O resultado final da eleição para vereadores mostra a ascensão, consolidação, estagnação e queda de alguns políticos e de seus partidos aqui de Itatiba.

O PP ficou sem a vaga. Com a desistência de Birdo - do partido e da sua reeleição, o PP apostou na renovação com 11 novos candidatos. Ficou com a segunda suplência da coligação PP-PSD. Conquistou 2148 votos, sendo 145 de legenda. Roberto Penteado do PSD conquistou o seu quarto mandato. No total a coligação teve 4782 votos. Com mais 30 votos conquistaria a segunda vaga.

O PPS coligou com dois pequenos partidos e com o PT. Edvaldo Húngaro sempre tem uma boa estratégia. Sozinho o PPS obteve 6305 votos, o suficiente para duas cadeiras. Renovou com os jovens Washington Bortolossi e Douglas Augusto. Com os 1480 votos dos outros partidos, Húngaro conquistou a terceira vaga e seu quarto mandato.

O PTB também se saiu muito bem com a aliança com o DEM. No total a coligação teve 8405 votos. O DEM reelegeu para o segundo mandato Vitório Bando e também Flavio Monte; este segue a dinastia da família Monte, que esta no poder desde 1963. O PTB, com os 1530 votos elegeu Celso Padeiro.

 O PMN, coligado com o PMDB, elegeu seu primeiro vereador em Itatiba, Cornélio Alves. O PMDB é um dos “grandes”, derrotados nesta eleição. Antes do partido passar para o comando de David Bueno, o PMDB tinha duas cadeiras na câmara. Ficou sem nenhum vereador e amargou a oitava posição entre os partidos. No total a coligação teve 3687 votos. É pouco para uma coligação que aspirava eleger o prefeito de Itatiba. Outro parceiro da coligação que apoiou David, o PHS também não foi bem. Com chapa pura obteve 3134 votos. Faltaram 60 votos para atingir o quociente eleitoral.

Provavelmente o grupo de Fumach se desmembrou com o resultado desta eleição. Após a perda do PMDB o grupo se dividiu e coligou com PR e PSB, ambos do grupo de Chinelo. A coligação somou 6565 votos e elegeu Ailton Fumachi do PR para o seu sétimo mandato e também Dr. Parizoto do PSB. Irene Fumach no PSB não conseguiu se reeleger.

A coligação PDT-PSC no comando da família “Beto da Loja” ficou com a lanterna. Tinha no seu quadro um dos vereadores mais votados de Itatiba: Ronaldo Herculano, que saiu do partido. O Grupo estava com Fattori até o último momento. Mudaram para apoiar Fumach. A coligação totalizou 2003 votos. Muito abaixo do quociente eleitoral que foi de 3194 votos.

O PV do Dr. Simões esteve focado nestes últimos anos. Reforçou suas bases com Ronaldo Herculano, que se reelegeu para o seu terceiro mandato. E elegeu também Décio da Farmácia. O PV, coligado com o PC do B, conquistou no total 5910 votos. Sozinho o PV teve 5739 votos.

O PSDB, contando com um bom planejamento, montou praticamente uma chapa pura. Dos 33 candidatos da coligação, 31 eram do PSDB.  A coligação conquistou 12019 votos, sendo que 2139 votos foram de legenda. Elegeu cinco vereadores: Rui Fattori e Sidney Ferreira em seus segundos mandatos, Ademir Ricardo terceiro mandato, renovou com o Dr. Marco Camargo e teve o vereador mais votado: Dr. Thomas Oliveira.

Com as informações acima podemos elaborar uma pequena “cartilha” de como vencer uma eleição para vereador. A primeira lição é a importância de entender as regras do jogo, principalmente a questão do quociente eleitoral.  A coligação PP-PSD não fez duas cadeiras por 30 votos e o PHS não elegeu Feitosa por 60 votos. O PPS, o PMN e o PTB elegeram vereadores na regra do jogo. A segunda lição é o voto de legenda. Partidos com candidatos a prefeito levam vantagem. A maioria dos votos de legenda o eleitor vota errado, pois em vez de votar para vereador ele vota no prefeito. O voto vai para a legenda. O PSDB conhece muito bem esta “regra”: elegeu Rui Fattori em 2008 e Ademir Ricardo em 2012.

A principal lição que podemos tirar desta eleição é que quem venceu é porque teve uma estratégia eleitoral a longo prazo,  planejamento e uma boa coligação partidária.
E o mais importante: foco no grupo, e não em uma única pessoa.

Artigo publicado no Jornal de Itatiba Diário em 28/10/2012

domingo, 8 de julho de 2012

A Era da Exposição





Não é a configuração do seu perfil que vai salvar a sua reputação,
 mas a consciência crítica de tudo que é publicado.
Vou mais longe, a consciência de seus atos públicos.
Prof. Eric Messa.

As redes sociais estão fazendo muito sucesso no mundo todo. No momento, o Facebook e o Twitter são os preferidos da maioria. São milhares de pessoas que diariamente visitam as suas páginas, colocam os seus posts e fotos ou simplesmente curtem ou compartilham alguma postagem. Eu, inclusive.

É um novo ambiente de interação social e, com ele, surge a Era da Exposição. Esta nova era tem como principal característica o compartilhamento na rede de momentos, de informações e de emoções. Os internautas compartilham tudo: o seu dia a dia, pessoas queridas, momentos de alegria, tristeza, descontração ou raiva.

Muitos ainda não perceberam, mas estão criando um “timeline”. Ou seja, uma linha do tempo com um volume de informações impressionante sobre muitos momentos de sua vida. As pessoas se motivam a publicar seus posts pelos diferenciais oferecidos nas redes sociais: exposição e instantaneidade. Na internet, a comunicação é dinâmica, rápida, numa via de mão dupla. A informação vai e volta. E tudo é registrado e exposto.

Pelo tipo de postagens podemos traçar o perfil do usuário: evangélico, católico, revoltado, frustrado, feliz e se esta amando. Se é palmeirense, corintiano, santista ou são paulino; o seu nível cultural torna-se visível; a sua credibilidade pode ser exposta em posts fundamentados, coerentes e precisos. Tem também aqueles que gostam de aparecer. Os que criticam por criticar querem simplesmente ver o “circo pegar fogo”. E ficam radiantes, certamente, diante de um número expressivo de "likes" e do compartilhamento de seus posts. Criou-se o narcisismo digital.

Com as redes sociais, todos ganharam o “poder” da expressão, de aglutinar e de movimentar sob alguma determinada causa. Há uma transformação nas relações sociais e políticas. Os usuários das redes ganharam um poder ilusório, perderam o seu mistério e, em muitos casos, expuseram sua privacidade.

A Era da Exposição pode trazer problemas às pessoas. Pode comprometer um futuro emprego, um relacionamento, um visto de entrada em algum país mais exigente. Muitas empresas pesquisam nas redes sociais informações sobre candidatos a suas vagas antes de marcar uma entrevista.  Mesmo tendo o controle de privacidade na rede social, ninguém tem controle sobre a sua imagem na rede. Outras pessoas podem compartilhar fotos, vídeos e textos seus. O usuário só tem controle sobre a sua página. Nada mais. Sua reputação pode estar sendo construída ou descontruída nela. Se antes era preciso zelar para que ninguém a destruísse, hoje também é pre­ciso vigiar para que não a construam de uma maneira inadequada. Monitorar o seu próprio nome nas redes tornou-se um cuidado essencial.

Nas redes sociais há lindas histórias, cheias de emoção. Mas, recomendo atenção. É mais cauteloso curtir quem nós realmente conhecemos. Nunca foi tão fácil espalhar boatos. Portanto, cuidado com os seus posts, compartilhamentos e curtições. Principalmente neste ano político. Fique atento. Como dizem os antigos, “o caminho do inferno está pavimentado de boas intenções”.  

Artigo publicado no Jornal de Itatiba - diário em 08/07/2012. Coluna Opiniões


domingo, 27 de maio de 2012

Eleições já ganhas...e perdidas na véspera

Festa antecipada de uma  possível vitória. Campanha de  1963 - PSP - PTB - Itatiba



Todos podem ver as táticas de minhas conquistas,
mas ninguém consegue discernir as estratégias
que gerou as vitórias"      Sun Tzu                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                
Os últimos dias são os mais importantes de uma campanha política. Na reta final muita coisa pode acontecer e decidir uma eleição. Um deslize, a falta de incentivo aos correligionários, uma festa antecipada da vitória, a arrogância, o “salto alto” e o excesso de confiança. Também a interpretação errada das pesquisas eleitorais pode ser fatal. Elas precisam ser feitas com critérios técnicos e por institutos confiáveis. Precisam ser estudadas e analisadas nos seus inúmeros cruzamentos de dados. A consulta é um retrato do momento e mostra os caminhos.
Aqui em Itatiba, nas últimas cinco décadas, tivemos várias eleições decididas nos dias anteriores ao da votação. Vamos relembrar algumas delas:

1963 - Erasmo Chrispim (PTN) disputou seu terceiro mandato contra Dr. Afrânio Pires da Silveira (PSP- PTB). Até os últimos dias, Dr. Afrânio liderava as enquetes. E tudo levava a crer que ganharia facilmente. Houve até uma festa com rojões em punho para comemorar a possível grande vitória. Mas, aconteceu um deslize. No último comício de Erasmo na Praça da Bandeira – o comício era o grande evento das eleições naquela época -, correligionários do PSP desceram do outro lado da praça fazendo algazarra para atrapalhar. O fato deu a vitória a Erasmo Chrispim, que obteve 3.416 votos, contra 3.103 do Dr. Afrânio.

1968 – Essa foi a primeira das grandes disputas de Roberto Lanhoso (Arena 1) e Maurício de Camargo (Arena 2). Pedro Mascagni (Arena 3) também disputou essa eleição. Lanhoso venceu com 4.267 votos contra, 4.175 de Mauricio, uma diferença de apenas 92 votos. Mascagni teve 704 votos. Tudo leva a crer que Lanhoso ganhou na reta final.

1972 – A disputa foi entre Giácomo Rela (Arena 1) e Maurício Camargo (Arena 2) e a primeira eleição com estudantes da faculdade votando em Itatiba. O pleito foi disputadíssimo, voto a voto, urna a urna. Na contagem das últimas urnas, o ambiente estava muito tenso na antiga sede do Itatiba Esporte Clube, no Jardim da Cadeia. O juiz eleitoral precisou pedir a evacuação do recinto para fazer a contagem de portas fechadas. Giácomo venceu com 6.034 votos contra 5.964 de Maurício, apenas 70 votos de diferença.

2004 – Cinco candidatos disputaram as eleições: José Roberto Fumach (PMDB), que buscava sua reeleição, Marina Bredariol (PPS), Adilson Franco Penteado (PTB), João Fattori (PSDB) e Elaine Aparecida Rodrigues (PT). Fumach, com 13.685 votos, superou Marina, com 12.873 votos. A vantagem foi de apenas 1,75% dos votos válidos. Fumach venceu na divisão de votos e conseguiu se manter na liderança até os últimos momentos.

2008- João Fattori (PSDB), com 24.564 votos, venceu Marina Bredariol (PPS), que recebera 19.925. A diferença, nesse caso, foi significativa e marcante, de 4.639 votos. Também concorreram nessa eleição o Dr. João Batista Chaves (PMDB), candidato apoiado por Fumach, e Antonio J. Souza (PMN). Apesar da margem mais elevada, essa eleição foi decidida na reta final. Marina liderava as pesquisas desde junho, mas a perdeu no início de outubro. Há varias versões para explicar o resultado final dessa eleição. Teoricamente, Marina perdeu na sua estratégia de marketing eleitoral. Fattori venceu pelo seu marketing político mais apropriado.

Dessas cinco eleições, acompanhei as três últimas. As duas primeiras pesquisei e ouvi alguns de seus personagens. Pode haver controvérsias, sei que serei contestado. Comente e dê a sua opinião ou versão sobre esses episódios da nossa história eleitoral.
Este artigo foi publicado no Jornal de Itatiba Diário em 27/05/2012

domingo, 22 de janeiro de 2012

Bodas e Bodes de Cobra Coral

Os “Demônios Acadêmicos da Benjamin” apresenta neste carnaval o tema “DEMÔNIOS 35 ANOS – BODAS E BODES DE COBRA CORAL”.

São 35 anos de história, conquistando a simpatia e fidelizando a família itatibense com o seu carnaval na Praça da Bandeira.

O bloco, como todos sabem, é “VAI QUEM QUER”, não precisando de inscrição ou taxas para desfilar no cordão. Basta fazer sua fantasia, trazer bastante alegria, irreverência e a vontade de brincar o carnaval na rua.

Há muitos anos desfilamos com os mesmos carros e a velha e empacotada verba, sobrevivendo à nova cobrança – taxa extra – para renovação dos carros. Esta cobrança é inoportuna e politicamente incorreta. Todos os anos reciclamos os carros no mais puro sentido da sustentabilidade.

Os carros tradicionais são os mesmos: Carro do Diabão, Carro do Tacho e o Carro do “Diabo Mor” – apelidado de “Carro do Zenildo”, mas sempre com idéias inovadoras e apimentadas. Os temas, reconhecemos, são delicados e alguns impublicáveis.

Independentemente da cobrança, o humor, a sátira e a irreverência são renovados todos os anos.

Somos brindados por algumas atitudes e fatos que surgem, inesperadamente, que precisamos convocar reuniões extraordinárias para a definição da pauta. Por serem inesperados e novos, despertam a curiosidade e instabilidade, tanto que muitas vezes são mal interpretados. Mal interpretados pelas charges.

Mas, grande charge mesmo é o desfile do bloco. Uma grande charge da política e do cotidiano de Itatiba, do Brasil e de alguns fatos globalizados.

As milhares de pessoas que todos os anos nos acompanham na Praça da Bandeira, esperam ansiosas nossas leituras dos fatos e boatos.

É comum também, após os desfiles, os balidos de insatisfação e também de exaltação, sendo que muitas vezes passamos por “bodes expiatórios”.



Não fazemos desfeitas. Aceitamos com gratidão todos os títulos que nos dão e reconhecemos o valor daqueles que também os recebem. E, quando o tema é titulo os “Demônios da Benjamin” são solidários.

Já conferimos o título de “Cidadão Demoníaco” a um itatibense de devoção, que teve o seu nome injustamente recusado.

Todo ano surgem novos blocos que como os “Demônios da Benjamin” vêem brincar o carnaval na sua essência. É gratificante vê-los inspirados no ideal e na filosofia do nosso bloco (epa... Demônios filosófico?), participando ativamente e fazendo suas criticas. Irônicas mas, não ofensivas. Simplesmente brincam o carnaval.

A ala da “velha da guarda”, abrindo o desfile é um velho sonho e começou a ser planejada no 15º aniversário do bloco. Quem sabe agora no 35º aniversário ela sai. Mas, não temos pressa, a maior parte da diretoria são cinquentões. Alguns precoces já são avós e desfilam com as três gerações todos os anos. Prova que o bloco é o mais familiar de Itatiba.

Temas? Os temos aos montes, afinal de contas é um ano político, fato que muito ajuda. Foram propiciadas algumas e tantas rasteiras, chineladas, deserções e atitudes de “artilharia antipolitical” que o tema poderia ser estritamente político, mas não o será.

Pretendemos também fazer uma homenagem ao desenho animado, com a possível presença dos “Padrinhos Mágicos” com as suas varinhas de “cordão” e não de condão.

Personagens? – nem me falem. São vários e tantos já com as fantasias prontas que não dá nem pra contar sem uma lista de presença. Poucos, como o Messias e o Sérgio, desfilam com a mesma fantasia há 35 anos.

E, quem não tem fantasia, basta improvisar. Arrume uma máscara e você vira um monstro. Use um velho lençol que você vira fantasma – não pode faltar no desfile que na quarta feira você tem que entrar na fila do RH; passe óleo de peroba e “guenta a mão” de cara limpa ou “disfarça bem que a turma não reconhece”. Só não pode alegar ignorância ou abster-se de desfilar.

Quem nunca desfilou, venha experimentar a sensação de ganhar a Praça com os “Demônios da Benjamin”. Você já desfila? Então venha comemorar com a gente o 35º aniversário.

Traga seus amigos, convide toda a família.

O desfile é no dia 17 de fevereiro na Praça da Bandeira.

“A festa é nossa” e “A praça é do povo”.

Artigo publicado no Jornal de Itatiba Diário em 22/01/2012 - Coluna Opiniões