Seis itatibenses foram eleitos deputados e senadores
desde o final do Império
Desde
a época do Império, tivemos seis itatibenses com mandato eletivo no parlamento,
como deputados federais, estaduais e senadores. Alguns deles natos. Outros adotaram
Itatiba como sua terra e aqui criaram laços afetivos e profissionais. O
primeiro parlamentar eleito foi o médico Gabriel de Toledo Piza e Almeida, um
republicano convicto que participou da
Convenção de Itu.
Piza
e Almeida era médico formado nos Estados Unidos, proprietário
rural,
empresário e embaixador
do Brasil em Berlim e Paris.
Elegeu-se deputado provincial em São
Paulo por
três mandatos, entre 1882 e 1887, no reinado de Dom Pedro II.
Depois da proclamação
da Republica, em 15 de novembro de 1889, o Brasil viveu cinco períodos
republicanos, dos quais em quatro Itatiba teve representantes. A exceção foi no
Estado Novo, quando o Congresso foi fechado.
Na Primeira
Republica (1889-1830), Antonio de Lacerda Franco foi senador estadual. Naquela
época, o parlamento do Estado também era bicameral. Enéas Cesar Ferreira foi deputado
estadual. Ambos eram do PRP, o Partido Republicano Paulista . Até 1926, todos
os deputados itatibenses pertenceram ao PRP e suas dissidências, Conservador ou
Liberal. Lacerda Franco e Ferreira perderam os seus mandatos com a Revolução de
1930, que trouxe Getúlio Vargas ao poder.
Na Segunda República (1930-1937), o engenheiro itatibense Ranulfo da
Mata Pinheiro de Lima foi eleito deputado federal Constituinte em 1932, como
representante dos profissionais liberais. Pinheiro de Lima era um deputado classista, uma categoria parlamentar
que assegurava a representação dos trabalhadores sindicalizados no parlamento. Em
outubro de 1934, foi eleita uma Assembleia Constituinte Estadual com 60
deputados.
A Terceira Republica
(1937-1945) teve inicio em 10 de novembro de 1937. Foi quando Getulio Vargas deu um golpe para instituir o Estado Novo, determinou
o fechamento do Congresso Nacional e promulgou a Constituição de 1937. A Carta Magna lhe conferiu o controle total
do Poder Executivo e também lhe permitiu
nomear interventores para os Estados, aos quais deu ampla autonomia para a
tomada de decisões.
Com a renúncia de Vargas, em
outubro de 1945, iniciou-se a Quarta República brasileira (1945-1964) e o processo
de redemocratização do país. Houve eleições
em dezembro para presidente, governadores e para a Constituinte. Mais de uma
dezena de partidos novos e velhos passaram a funcionar, formando seus
diretórios nas capitais e no interior. Entre estes partidos destacavam-se a UDN
(União Democrática Nacional), o PSD (Partido Social Democrático), o PTB (Partido
Trabalhista Brasileiro), o PTN (Partido Trabalhista Nacional) e ao PCB (Partido
Comunista do Brasil).
Em 1950, surge na política o industrial itatibense Paulo
Abreu, eleito deputado federal. Quatro anos depois, Abreu torna-se suplente de senador na chapa de Auro de Moura Andrade. Elege-se como deputado
federal por mais dois mandatos, em 1966 e 1970. Na década de 1950, mais dois
itatibenses se candidatam: em 1954, Luiz Emanuel Bianchi lançou-se para a
Câmara dos Deputados pelo PST (Partido Social Trabalhista) e, em 1958, Roberto
Arantes Lanhoso disputou uma vaga de deputado estadual. Nenhum dos dois foi
eleito.
A Quinta Republica
(1964-1985) surgiu com o golpe militar deflagrado em 31 de março de 1964 para
depor o então presidente João Goulart. Nesse período, houve profundas
modificações na organização política do país. Pelo Ato Institucional nº 2, de
1965, foram destituídos todos os partidos politicos existentes e, entre 1966 e 1979, o Brasil teve apenas dois partidos
legais, a Aliança Renovadora Nacional (Arena), de apoio aos governos militares,
e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), uma frente de oposição. Outros,
como o Partido Comunista Brasileiro (PCB), continuaram a existir, mas na
clandestinidade.
No período final do regime militar, o AI-2 foi abolido e formaram-se
seis novos partidos. O Partido Democrático Social (PDS), sucessor da Arena e
apoiador do governo militar. Na oposição, o PMDB sucedeu o MDB. Outras legendas
criadas ou recriadas foram o Partido Popular (PP), o Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB), o Partido democrático Trabalhista (PDT) e o Partido dos
Trabalhadores (PT). Paulo Abreu, neste
período, filiou-se à Arena e conquistou mais dois mandatos como deputado
federal, em 1966 e em1970.
Entre a década de 1970 até o final do Século XX, Itatiba teve vários candidatos a
deputado estadual. Em 1970, Aloísio Boava (Arena) e, em 1978, José Mauricio de
Camargo (MDB) disputaram uma vaga para a Assembleia Legislativa. Na década de
1990, seis itatibenses concorreram para essa Casa: Rubens Pântano Filho (PT),
Manoel Roberto Massaretti (PDS), Tutomo Sassaka (PRP), Marina Bredariol Almeida
(PPS), doutor Simões (PMDB) e Beto da Loja (PTB).
Somente no inicio do século
XXI, Itatiba voltou a ter um representante na Assembleia Legislativa, com Adilson
Rossi eleito em 2002. Rossi reelegeu-se por mais dois mandatos, em 2010 e 2014.
Até hoje, mais 10 itatibenses disputaram eleições para o Congresso Nacional e a Assembleia Legislativa,
alguns deles mais de uma vez. Tivemos
também a candidatura do professor Antonio Carbonari Neto a suplente de senador
na chapa de Romeu Tuma (PTB), em 2010. Mas neste longo período pós 1964, somente
Paulo Abreu, por duas vezes, e Adilson Rossi, por três vezes, se elegeram
deputados, ambos com uma grande base eleitoral.
Fabio Chrispim Marin
Consultor de Marketing Político, membro da Academia
Itatibense de Letras e da Associação Pró Memória de Itatiba.
Artigo publicado no Jornal de Itatiba Diário em 07/10/2018. Coluna Opiniões
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